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Coluna
Emilia Turcato

Você já parou para pensar com quantas pessoas você se relaciona ativamente? Quem faz parte do seu grupo íntimo de amigos? E aqueles amigos mais próximos, mas com quem você não fala todos os dias? Dos seus seguidores, quantos você realmente conhece ou encontra pessoalmente com frequência?
Um estudo liderado pelo antropólogo britânico Robin Dunbar indicou que os seres humanos só conseguem manter cerca de 150 amizades. Essas amizades incluem pessoas com as quais você tem uma conexão pessoal e sabe como elas se relacionam umas com as outras. Segundo ele, nossas relações mais íntimas, aquelas mais próximas, geralmente não passam de cinco indivíduos.
Mas, se não conseguimos administrar uma rede tão grande de relacionamentos, por que buscamos cada vez mais seguidores? Cada vez mais contatos?
Conexões que contam: do networking da pré-história à autenticidade nas relações


A resposta parece simples: porque sim! Porque faz parte da natureza humana, porque somos seres sociais. Basta lembrar dos nossos parentes distantes, os neandertais, que acabaram ficando pelo caminho. Seus bandos eram pequenos e a cooperação entre grupos diferentes era limitada. Existia colaboração dentro do círculo próximo, mas raramente ia além disso.
Já a evolução dos Homo sapiens levou ao aperfeiçoamento da linguagem, e a linguagem nos permitiu criar histórias. Essas histórias começaram a ser compartilhadas entre diferentes grupos. Quando mais grupos acreditam na mesma narrativa, mais fácil se torna cooperar. Mesmo sem conhecer profundamente os outros indivíduos, sabemos que estamos seguindo na mesma direção e nos identificamos.
É justamente isso que nos diferencia. As formigas também são capazes de cooperar e trabalhar juntas, mas suas trocas são limitadas. Nós, humanos, transformamos o mundo porque somos capazes de imaginar e criar.
Seguindo esse raciocínio, fazer networking é essencial para ampliar a cooperação entre indivíduos que compartilham uma visão e valores. É uma ótima estratégia para abrir portas para novas oportunidades, principalmente quando estamos fora do nosso contexto — neste caso, fora da nossa pátria natal.
Enquanto escrevo para a revista Brasil Conexão Europa, este canal aberto para a comunidade brasileira no exterior, tento cativar os leitores com o meu estilo e com a minha história por trás dessas linhas. A minha narrativa é a minha marca, e a minha marca reflete valores que posso compartilhar com outras pessoas.
Se você quer melhorar o seu network, comece investindo nas suas histórias, na sua marca pessoal e no que ela representa para os que irão te seguir. Sem mentiras! Concentre-se em revelar o que há por dentro e, assim, a sua imagem será autêntica. Sejam muitas ou poucas, profundas ou distantes, seguindo esse caminho as suas conexões terão mais chances de serem verdadeiras.
Por: Emília Turcato 13.12.2024