O Consulado Geral do Brasil em Edimburgo foi palco de um evento memorável neste mês de junho: o lançamento da terceira edição do livro Mulheres Que Cruzaram Oceanos, um projeto coordenado por Yêda Fernal que reúne 26 coautoras brasileiras espalhadas pelo mundo.
O projeto, mais do que um livro, é uma corrente de histórias reais, atravessadas por desafios, mudanças e autodescobertas. Cada página reflete a jornada de mulheres que, de diferentes formas, enfrentaram mares desconhecidos—seja o oceano literal ou as profundezas subjetivas das próprias emoções.
Como um rio que desagua no grande oceano da existência, essas histórias são testemunhos da força feminina, da resiliência e da capacidade de transformação.
Palavras que Transcendem Fronteiras
A arte da capa da terceira edição foi criada pela artista plástica pernambucana Gil Kozicka, que desde 2019 vive na Escócia. Além de contribuir artisticamente, Gil também participou como coautora do livro, tornando sua presença ainda mais especial no lançamento. Suas pinceladas capturam o espírito do projeto: a mulher como água, capaz de se adaptar, de fluir e de transformar qualquer realidade ao seu redor. Na cerimônia, a energia era palpável. Ao lado do cônsul João Pedro Corrêa Costa e da cônsul-adjunta Fernanda Carvalho Dal Piaz, testemunhei um encontro de vozes femininas que, juntas, criam ondas.
Cada história narrada ali tinha a força de um rio que corre livremente para o mar. Eram relatos de dor, superação, crescimento e descobertas—verdadeiros testemunhos de mulheres que aprenderam que atravessar um oceano pode ser uma fuga, mas também pode ser uma busca profunda por si mesmas.
aRTE & cultura
Gil kOZICKA
Mulheres Que Cruzaram Oceanos O Poder da Palavra que Navega pelo Mundo
por Fabiana Magalhaes
Mulheres Que Cruzaram Oceanos
O Poder da Palavra que Navega pelo Mundo
por Fabiana Magalhaes

Lançamento Mulheres que Cruzaram Oceanos

O Oceano que vive em cada mulher
O conceito de cruzar oceanos ganha novos significados quando pensamos na força da mulher como água. A água molda, adapta-se, rompe barreiras e nunca perde seu fluxo.
O livro é um reflexo desse princípio: cada história representa um momento de mudança, um percurso traçado dentro do silêncio, da coragem e da intuição de suas autoras. Muitas das mulheres presentes no evento compartilharam experiências únicas de reconstrução longe da terra natal. Elas falaram sobre desafios culturais, saudade e a necessidade de se reinventar.
Percebi que o oceano que cada uma cruzou não estava apenas na geografia, mas nos próprios sentimentos. Havia um profundo entendimento de que partir não significa perder-se, mas sim reencontrar-se em novos espaços e novas versões de si mesma.

Literatura
Deixando o Rio correr para o Mar
O lançamento da terceira edição de Mulheres Que Cruzaram Oceanos reforça um ponto essencial: nossas histórias importam. Compartilhar vivências é também abrir caminhos para outras mulheres que ainda estão aprendendo a navegar seus próprios mares de emoções e desafios. Cada relato é um convite à reflexão sobre o que significa cruzar fronteiras.
Algumas dessas travessias acontecem fisicamente, quando mudamos de país. Outras acontecem internamente, no silêncio de decisões importantes e mudanças profundas. Mas todas elas têm algo em comum: são impulsionadas por uma força que, assim como a água, não pode ser contida. O evento em Edimburgo foi uma celebração desse fluxo de histórias e dessa força mutante feminina. Reunidas naquele espaço, percebemos que, independentemente da distância, há algo que nos conecta: a coragem de seguir adiante e a certeza de que nossas palavras podem inspirar outras a deixarem o rio correr para o mar.

Conclusão:
Um Oceano de inspiração
Mulheres que Cruzaram Oceanos não é apenas um livro; é um tributo à jornada de cada mulher que ousou partir e se transformar.
Essa terceira edição reforça que a travessia é tão importante quanto o destino e que a força feminina é, acima de tudo, uma energia em movimento. Que este livro continue sendo um farol para todas aquelas que, em algum momento da vida, sentem que precisam navegar rumo ao desconhecido. Porque, no fim, o oceano sempre acolhe quem se permite fluir.
Essa terceira edição reforça que a travessia é tão importante quanto o destino e que a força feminina é, acima de tudo, uma energia em movimento. Que este livro continue sendo um farol para todas aquelas que, em algum momento da vida, sentem que precisam navegar rumo ao desconhecido. Porque, no fim, o oceano sempre acolhe quem se permite fluir.
Por Fabiana Magalhães
12.06.2025